Professor explica porque alunos de música se saíram bem na UFPE

Do Portal World Music, em Fortaleza

Causou estranheza em muita gente o resultado do Vestibular 2011 da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As notas dos primeiros lugares, que costumavam ser acima de nove, caíram para a casa dos oito pontos desde o vestibular 2010. Entre os dez primeiros colocados, seis são da área de música. O professor Marcello Menezes (foto 1), que sempre acompanhou o concurso, explicou os critérios da Covest para chegar ao resultado final.

“Como os candidatos na segunda fase fazem provas diferentes, com pesos diferentes, não tem como comparar um estudante que tira 8 no curso de Medicina com o que tira 7 no curso de Engenharia”, diz Marcello Menezes.

ENEM VALE MAIS
Pelo menos quatro razões explicam a queda nas notas dos feras. A primeira é que as provas da segunda fase estão mais difíceis. A segunda, é que o peso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no vestibular aumentou de 10% para 50% – a nota do Enem substituiu a 1ª fase. A terceira razão é que a prova do Enem ficou maior – passou de 63 para 90 questões com apenas meia hora a mais no tempo e a redação agora é considerada pela Covest. Por fim, o peso de Matemática no Enem passou de 9% para 25%.

MÚSICA
Também chamou atenção o fato de seis candidatos ao curso de Música terem ficado entre os dez primeiros colocados o concurso. A explicação para isso está na forma como as notas são consideradas. O resultado final é a nota da 2ª fase somada à da 1ª fase (o Enem) dividido por dois. É que, na prática, as provas de solfejo, teoria musical e habilidade com instrumento puxam as notas do curso de Música para cima.

Para os candidatos a uma vaga em Música, na primeira fase, além da nota do Enem, há a nota de solfejo, ou seja, um teste em que o aluno canta os sonos em forma de notas musicais. As duas notas são somadas e divididas por dois. Na segunda fase, é feita prova de Português (peso 3), História (peso 1), Língua estrangeira (peso 1) e Teoria Musical (peso 5). Música é o único curso onde Português tem peso inferior ao das demais matérias. Todas as notas são multiplicadas pelo peso correspondente, somadas e divididas por dez. A esta média, será somada a nota que o candidato obteve na prova de habilidades em que tocou um instrumento específico e depois dividida por dois mais uma vez. A nota final ainda pode aumentar se o candidato for de escola pública, porque ele ganha 10%.

Para o curso de medicina, um dos mais concorridos, o cálculo é diferente. Português e Biologia têm peso 3; Física e Química, peso 2 cada uma. As notas obtidas em cada prova são multiplicadas pelo peso correspondente, somadas e divididas por dez. Depois é só somar as duas notas, essa mais a do Enem, e temos a nota final, que também pode ganhar 10% se o aluno for egresso da escola pública.

Por isso, que para o professor Marcello Menezes é difícil falar em primeiro lugar geral no vestibular da UFPE. “O que deveriam ter feito é “primeiro lugar do grupo de saúde, de exatas, de humanas...”