sexta-feira, 19 de novembro de 2010

(NOTÍCIAS MUSICAIS) Stereophonics estreia no Brasil com pouco falatório e alguma distorção

Do G1, em São Paulo

Quem define o Stereophonics – que estreou em palcos brasileiros nesta quinta-feira (18) em São Paulo – como membro da segunda divisão do britpop deve se basear na (pequena) quantidade de hits do grupo, caso das mansas “Have a nice day” e “Maybe tomorrow”. No palco, a história é bem outra. Ter a insistente sombra do Oasis pairando sob seu corte de cabelo mauricinho não interfere em nada na performance do vocalista e guitarrista Kelly Jones.

As luzes se apagaram para a banda surgir no palco do Citibank Hall com pontualidade galesa, às 22h, ao som da ruidosa “The bartender and the thief”. A partir daí, riffs passaram a dar pistas das canções, quase sempre aplaudidas no início e no fim.

Ter uma casa de médio porte aos seus pés foi uma tremenda sorte. Para uma banda sem tantos sucessos na manga da camisa social, ser escalada para um festival ao ar livre poderia ter sido uma tremenda roubada (pergunte ao Snow Patrol ou ao Air, que penaram na Chácara do Jockey, no Natura Nós, no mês passado).

Na turnê de seu sétimo disco, “Keep calm and carry on”, de 2009, a banda formada no País de Gales, que tem só Kelly e Richard Jones como integrantes originais, segue a cartilha dos americanos do Kings of Leon. O que se vê é pouca movimentação pelo palco, poucas palavras em inglês e só o tradicional “obrigado”.

O recheio é formado por canções reproduzidas com fidelidade às registradas em estúdio. Sem essa de puxar fã para o palco ou quebrar o ritmo fazendo a íntima com os seguidores brasileiros por meio de juras de amor ao país.

O front man de voz esganiçada mal anuncia as canções. Só lá pelo meio da apresentação, "Have a nice day” é a primeira a ser introduzida, mesmo assim de forma muito breve. É nesta canção também que Kelly troca a guitarra pelo violão, em momento menos barulhento propício para pedir palmas do público. Outra sem a mesma distorção do começo de show, “Maybe tomorrow” começa no esquema voz e violão e termina da mesma forma.

Com educação, mas sem o mínimo encantamento, Kelly só foi informar que se tratava do primeiro show da banda no Brasil em “Dakota”, a última a ser tocada e a mais festejada do show. Mesmo assim, deu o recado como se fosse um síndico numa reunião de condomínio.

Fazer a plateia se arrepiar com canções e não com uma bandeira verde e amarela é algo cada vez mais raro. Ainda mais vindo de uma banda sem uma “Wonderwall” para chamar de sua.

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